Está correto, sim senhor. Estou pouco habituado a ouvir, e quando li a pergunta pela primeira vez, senti estranheza. Tenho a desculpa de a primeira versão da pergunta apresentar "passa ao palácio" sem contexto. Mas eis o que diz o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa:
a preposição A Valores semânticos: I. Na expressão de valores locativos, indica: (...) 5 Localização, situação precisa ou aproximada. Ela mora num palacete a São Bento [zona de Lisboa]. Pôs as cadeiras a todo o comprimento da sala.
E eu ou já estou influenciado pela pergunta ou recordo-me mesmo de na minha infância ouvir coisas como:
A camioneta (i.e. o autocarro, i.e. o ônibus) passa à Aldeia Grande?
E encontrei na net construções parecidas, mas só em Portugal:
Passa à Praça do Comércio? [Em Lisboa.]
[A era de ouro da aviação] Ia-se a pé, sobretudo, às vezes no autocarro que passava ao Areeiro [praça de Lisboa, hoje chamada Dr. Sá Carneiro].
[Mãos ao Ar] O [autocarro nº] 50 vai de Algés para a Gare do Oriente. Não passa ao Campo Grande.
[Homilia diária] Da mesma forma é Jesus quem passa à casa da sogra de Pedro, toca nela e a febre desaparece.
[17ª subida do Vale Sameiro, Serra da Estrela] (…) a estrada florestal que passa à Fonte do Burro e Mata do Fragusto.
[Canto Alentejano] Ó Luar da meia noite, não digas à minha amada, que passei à rua dela, às quatro da madrugada.
E ninguém se lembra de Não passes com ela à minha rua? Com letra aqui.
Encontrei passar a em livros antigos, mas significando ir a/para, indicando portanto a preposição a destino, o que é um uso mais habitual. Esta é também um interpretação possível de "é Jesus quem passa à casa da sogra" acima. Poderá estar aqui a origem do passar à rua, etc.:
(...) Infantaria, que não querendo receber o Soldo, amotinada passou ao Sitio da Nazareth, onde elegêo Cabos e Officiais, conservando-se 3 dias sedicioza. (J. C. Feo Cardozo de Castellobranco e Torres, Memória, 1825)