Estas duas expressões idiomáticas são muito comuns em Portugal. Quanto ao Brasil, elas vêm no Michaelis (ter 48) e são muito frequentes na literatura do século XIX. Atualmente parecem ser pouco comuns (ver comentários) mas ainda se encontram nalguns autores (incluo dois exemplos abaixo).
Ir ter a significa ’chegar a, ir parar a, desembocar’:
Seguimos por um atalho, e fomos ter a uma casa abandonada.
Este caminho vai ter à estrada principal.
Se subisse sempre, iria ter à avenida Paulista. [Maria de Lourdes Teixeira, Rua Augusta, 1963.]
Ir ter com significa ’dirigir-se a (alguém), ir encontrar-se com (alguém)’:
Vou ter contigo às cinco horas.
[...] meu companheiro, fiado na amizade que granjeara entre os gentios, iria ter com eles, a ver se o aceitavam como hóspede. [Álvaro Cardoso Gomes, Os Rios Inúmeráveis, 1997.]
O significado de ir nestas expressões ainda se compreende, mas o de ter é mais enigmático. Donde vêm estas expressões e quando começaram a ser usadas?