Na dúvida, faça como a Roberta Close, troque o sexo. Se ficar "ao", então é "à". Se ficar "a" mesmo, então é "a" também.
"Daqui a um minuto"
ou
"Daqui ao um minuto"?
Fácil de ver que a primeira expressão é correta, e a segunda, errada. Portanto, "daqui a uma hora".
Se inverter o gênero for difícil, faça a viagem de volta. Se você volta "da", é por que você foi "à". Se você volta "de" é porque você foi "a".
"Fui a França"
ou
"Fui à França"?
Se quando você voltar, voltar da França, então você foi à França. Mas se você voltar de França, é por que você foi a França (no caso, ambas as expressões são válidas, embora "de França" tenha um certo sabor arcaico, pelo menos no Brasil).
A lógica é esta: "à" é a contração da preposição "a" com o artigo definido feminino "a": a+a = à. Se, portanto, a palavra regida da preposição "a" for masculina, e pedir artigo, teremos "a" (preposição) + "o" (artigo), que têm de formar "ao". E se trocarmos a preposição "a" pela preposição "de", então a contração será "de" (preposição) + "a" (artigo), que têm de formar "da".
Mas atenção, por que há uma exceção importante: quando a palavra "moda" está implícita, como no bacalhau à Gomes Sá. Embora o Gomes Sá seja homem, o que se quer dizer é bacalhau à moda de Gomes Sá; como a moda elidida é do gênero feminino, pede a crase.
Se ficar muito difícil decidir, porém, não use crase, e fim. É melhor não saber e pronto, do que pensar que sabe sem saber. Antes o erro popular do que a hipercorreção. E a falta da crase pode passar por erro de digitação, o excesso não.