Quando nos referimos a dígitos, o uso de "meia" ao invés de "seis" em pt-BR falado, generalizou-se quando o telefone chegou ao Brasil no início do século XX. Antes disso, é de se supor que já fosse usado toda vez que alguém estivesse ditando números em alguma atividade séria, e que não admitisse erros como:
- A "o número de série é 4687"
- B "quatro, três, oito, sete?"
- A "Não, quatro seis. Quatro meia", aqui já como uma redução de meia-dúzia.
Ao telefone, não visualizamos o movimento dos lábios e fica mais fácil confundir três e seis.
A fim de evitar que o número seis fosse confundido com o três em uma conversa, passamos a usar o "meia-dúzia", que logo foi reduzido a "meia".
Jà usávamos, há muitos anos, "meia" como redução de "meia hora" ao dizermos "às nove e meia da manhã" ou "à meia-noite e meia", e ainda como redução de de "meia entrada".
Entretanto, nem sempre podemos usar "meia" ao invés de "seis". Veja por exemplo:
- Meu filho tem seis anos.
- Faço anos no dia seis de fevereiro.
- Abram seus livros na página seis.
Isso porque "meia" refere-se ao dígito e não à quantidade.
ADDENDUM - Em situações onde o locutor quer ter a certeza de que todos entenderão o número corretamente, costuma-se dizer mesmo "meia-dúzia", como por exemplo durante um jogo de víspora, em que o número é cantado da seguinte forma: "sessenta e oito, meia-dúzia oito" de modo que fica praticamente impossível alguém confundir três com seis.