Eu estava estudando a gramática de algumas línguas românicas e notei uma peculiaridade de como a gramática do português é formalizada, em especial o português brasileiro.
As línguas derivadas do latim têm sistemas de flexão verbal similares, apresentando algumas flexões em comum, como na palavra "cantaría/cantaria", comum ao português, espanhol, galego, etc. Em todas as gramáticas e tabelas de conjugação de todas as línguas românicas que li, tal conjugação chama-se condicional (ou tempo condicional). E.g., no castelhano, no italiano, no romeno, no francês e no português europeu.
Porém, nas gramáticas feitas para o português brasileiro, tal conjugação chama-se futuro do pretérito (enquanto que o tempo futuro passa a se chamar futuro do presente).
- Por que tal diferença existe na gramática do português brasileiro?
- Qual é a lógica por trás dos nomes "futuro do presente" e "futuro do pretérito"? (I.e., por que faz sentido atribuí-los às respectivas conjugações?)
Na minha opinião, é muito mais óbvio e intuitivo dizer que "cantarei" e "cantaria" estão no futuro e no condicional, respectivamente, do que em diferentes flexões do tempo futuro.