No dia de hoje há o seguinte trecho de artigo no site da CNN Portugal:
"A ministra espanhola do Trabalho, Yolanda Díaz, propôs uma solução para combater a desigualdade social e que consiste numa “herança” automática de 20.000 euros a conceder a todos os jovens a partir dos 18 anos para garantir que têm "um futuro, independentemente do seu sobrenome."
Se eu escrevesse assim em uma redação escolar no Brasil, teria sido certamente repreendido pelo professor, pois aprendemos que em casos como o citado devemos sempre empregar o verbo em seu modo modo subjuntivo, pois:
"O modo subjuntivo é usado para transmitir um acontecimento irreal, hipotético ou desejado, ou seja, de possível realização, mas ainda incerto. Através dos tempos verbais do modo subjuntivo, expressam-se ações imprecisas, que ainda não foram realizadas e que dependem de outras para acontecer. O modo subjuntivo é um dos modos verbais, juntamente com o modo indicativo e o modo imperativo. Os modos verbais indicam a posição do emissor ou agente face a ação verbal."
Assim, no português do Brasil, ficaria:
"A ministra espanhola do Trabalho, Yolanda Díaz, propôs uma solução para combater a desigualdade social e que consiste numa “herança” automática de 20.000 euros a conceder a todos os jovens a partir dos 18 anos para garantir que tenham "um futuro, independentemente do seu sobrenome."
Em Portugal, então, parece haver uma preferência por se evitar o verbo no modo subjuntivo, fugindo-se, assim, da norma culta.
No Brasil vemos pessoas com baixa escolaridade falarem/escreverem dessa mesma forma, evitando o subjuntivo, mas jamais em sites de jornais, revistas ou canais de TV. Exemplo: "Vou aos EUA, mesmo que eu tenho que aprender inglês para me virar por lá."